Morre Maguila, Ícone do Boxe Brasileiro, aos 66 Anos
- felippem001
- 24 de out. de 2024
- 2 min de leitura
O ex-lutador de boxe, José Adilson Rodrigues dos Santos, mais conhecido como Maguila, faleceu aos 66 anos em decorrência de Encefalopatia Traumática Crônica, doença degenerativa comum em atletas que sofreram repetidos golpes na cabeça.

Nesta quinta-feira (24/10), o Brasil perdeu um dos seus maiores ícones do esporte, José Adilson Rodrigues dos Santos, popularmente conhecido como Maguila. O ex-lutador de boxe, que faleceu aos 66 anos, lutava há anos contra a Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), uma doença neurológica degenerativa incurável, que afeta muitos atletas de esportes de contato. O diagnóstico é comumente associado a demências, como o Alzheimer, e surge devido a pancadas repetidas na cabeça, algo frequente na carreira de boxeadores.
Maguila, que residia no interior de São Paulo, vinha lutando contra a ETC nos últimos anos, sempre com o apoio da esposa, Irani Pinheiro, que esteve ao seu lado por mais de quatro décadas. Irani foi quem confirmou a notícia da morte do ex-atleta. Em entrevista a uma emissora de TV, ela destacou os altos e baixos da vida do casal, mas reafirmou que sempre mantiveram a fé e a esperança. "Tivemos momentos bons e ruins, mas Deus sempre esteve conosco", declarou emocionada.
O legado de Maguila no boxe é indiscutível. Ele foi um dos maiores nomes do esporte no Brasil, levando o país a vibrar em suas vitórias. Conhecido por sua força e determinação, Maguila foi um dos poucos pugilistas brasileiros a ganhar notoriedade mundial, se destacando na categoria peso-pesado. Durante sua carreira, que começou nos anos 1980, ele acumulou vitórias importantes e se tornou um ídolo nacional. Sua aposentadoria dos ringues aconteceu no início dos anos 2000, quando os primeiros sintomas da doença começaram a aparecer.
Mesmo após deixar o boxe, Maguila buscou novos caminhos para continuar ativo e relevante. Além de tentar carreira como cantor, uma habilidade pouco conhecida pelo público, ele fez diversas participações em programas de TV e eventos esportivos. Sua presença carismática e seu jeito simples conquistaram os corações de muitos brasileiros.
A Encefalopatia Traumática Crônica, também chamada de "demência pugilística", não afeta apenas a memória, mas provoca uma série de sintomas devastadores, como mudanças de humor, confusão mental e perda de controle motor. Maguila foi uma das vítimas dessa condição, que é um alerta para a saúde de muitos atletas ao redor do mundo.
Em uma das suas últimas aparições públicas, em abril deste ano, um vídeo mostrou Maguila praticando boxe ao ar livre, uma atividade que, segundo sua família, ajudava a manter sua saúde mental estável. O vídeo, divulgado nas redes sociais, comoveu fãs, que se solidarizaram com sua luta.
O impacto de Maguila no esporte foi reconhecido no ano passado com o lançamento da minissérie "Maguila, Um Lutador", pela TV Cultura, que contou sua trajetória nos ringues e destacou seus momentos de glória e desafios pessoais. A produção de dois episódios foi um tributo a um homem que viveu intensamente o esporte e, mesmo diante da adversidade, nunca deixou de lutar.
O falecimento de Maguila marca o fim de uma era para o boxe brasileiro. Sua vida, dedicada ao esporte, inspira novas gerações e deixa uma lição sobre a importância de cuidar da saúde física e mental dos atletas. Sua história será lembrada não apenas por suas vitórias, mas pela dignidade com que enfrentou os desafios de sua doença.
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